sexta-feira, 4 de junho de 2010

Hiperactivos. Qual é a escola que gosta dos alunos irrequietos?

Pais de duas crianças hiperactivas contam porque é que os filhos têm de saltar de escola em escola.

O ano está perdido para Rodrigo. No segundo período, o aluno de 12 anos teve negativas em todas as disciplinas e é com frequência expulso da sala de aula. Rodrigo frequenta o 6.o ano na Escola Básica 2+3 Piscina - Olivais (Lisboa) e é um rapaz irrequieto. Interrompe as conversas dos outros, está sempre a provocar a risota dos colegas e, nos últimos meses, ganhou o hábito de desafiar os professores, sempre que é contrariado. Em Abril foi suspenso durante dois dias e, a menos de três semanas do ano lectivo terminar, a directora de turma voltou a avisar a mãe que uma nova suspensão do filho pode estar a caminho. David Rocha tem dez anos, está a frequentar o 4.o ano no Colégio de Trofa e é também considerado um aluno complicado. Às vezes insulta os professores, às vezes agride os colegas e outras vezes fica tão furioso que atira com a mochila ao chão, dá pontapés nas cadeiras e grita tanto que ninguém consegue calá-lo.

Rodrigo sofre de hiperactividade impulsiva; David de hiperactividade impulsiva e compulsiva, doença diagnosticada quando ambos tinham cinco anos e que os levou a saltitar de escola em escola porque têm dificuldade em adaptarem--se às rotinas escolares. Há anos em que tudo corre bem e anos em que tudo corre mal. "O comportamento e as notas do meu filho dependem muito da boa vontade dos professores", desabafa Raquel do Bem, mãe de Ricardo. Cândida Rocha diz o mesmo de David: "Quando os professores são atenciosos, o meu filho vai conseguindo ter aproveitamento escolar, quando isso não acontece, o seu comportamento torna-se mais instável." Este ano tudo corre mal e ambos estão prestes a mudar de escola. David e Rodrigo moram longe um do outro e nem se conhecem, mas ambos têm um percurso escolar repartido em vários estabelecimentos de ensino público e privado.

Queixas. A meio do 3.o ano, Rodrigo deixou a Escola Básica 113 Paulino Montez, em Lisboa, porque os pais se cansaram de ouvir a professora queixar-se que a irrequietude do aluno nada tinha a ver com hiperactividade. Passou a frequentar a Cooperativa de Ensino Nova Cultura, em Moscavide, onde terminou o 3.o ano e ainda completou o último ano do primeiro ciclo. Hugo e Raquel ficaram convencidos de que encontraram a escola ideal para o seu filho: Rodrigo estava numa turma com menos de 20 alunos, gostava da professora e "teve sempre boas notas", conta o pai. E foi nessa altura que surgiu mais um imprevisto: "Fiquei desempregado e tornou-se incomportável pagar uma mensalidade de mais de 300 euros", conta o técnico de informática.

A solução foi mudar o filho para a Escola Básica Piscina-Olivais e a mudança trouxe novas queixas dos professores: "No primeiro período pedimos uma reunião com a directora de turma, que nem sequer sabia da doença do nosso filho, apesar de essa indicação constar do seu processo na escola." Raquel e Hugo distribuíram a informação sobre a doença do filho em vários envelopes que foram entregues aos professores de Rodrigo: a estratégia resultou. "O Rodrigo passou para as filas da frente, ficou sob maior vigilância dos professores e acabou o 5.o ano com "nota altas a todas as disciplinas", explica Hugo.

Este ano lectivo, Rodrigo tem novos professores e o seu comportamento voltou a piorar. Os pais asseguram que, no início das aulas, fizeram o mesmo que no ano lectivo anterior, mas sem sucesso: "Distribuímos a informação à directora de turma, mas desconfiamos que os envelopes não foram entregues aos restantes professores." O i contactou ontem o agrupamento escolar, mas a direcção esteve todo o dia em reuniões e indisponível para prestar esclarecimentos. Resta, portanto, a versão contada por Hugo e Raquel: "De tantas vezes que o nosso filho foi expulso acabou por desenvolver um sintoma de oposição, que foi diagnosticado na avaliação médica de Novembro." Rodrigo finge que não ouve os professores ou então faz questão de questionar todas as ordens dos adultos: "Mais um motivo para dizerem que é mal-educado", conclui o pai.

Ataques de fúria. David Rocha também mudou este ano de professor e os problemas regressaram. Tem sucessivos ataques de fúria, é agressivo na linguagem que usa com colegas e adultos e, em Janeiro deste ano, a direcção do Colégio da Trofa, avisou a mãe que o aluno teria de procurar outra escola. Cândida ignorou a ordem de expulsão: "Não foi uma comunicação oficial e portanto continuei a levar o meu filho às aulas." Só que desconfia que no próximo ano não será assim. O prazo de renovação da matrícula terminou no último dia de Maio e Cândida não recebeu em casa a carta da direcção do Colégio da Trofa para voltar a fazer a inscrição do seu filho. Perguntou o motivo, mas diz que ninguém na escola soube dar uma explicação: "Em Julho quando começarem as matrículas o colégio poderá recusar a sua admissão, argumentando que já não há mais vagas."

Contactado ontem pelo i, a direcção do colégio informou estar disponível para prestar esclarecimentos numa reunião a agendar a meio da próxima semana. Enquanto isso, Cândida Rocha diz não perceber o que correu mal neste ano lectivo: "Só posso concluir que o meu filho teve sorte com o professor do ano passado", desabafa a mãe.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Os riscos de fumar

O hábito de fumar cigarros é, entre as causas susceptíveis de serem prevenidas, aquela que mais mata nos Estados Unidos. Em média, as pessoas que fumam morrem entre cinco a oito anos mais cedo do que aquelas que levam uma vida saudável.
Conviver com fumadores pode originar todo o tipo de doenças pulmonares. O risco de se desenvolver cancro na garganta, boca, pâncreas, rim, bexiga e pescoço é muitas vezes superior relativamente às pessoas que não estão expostas ao fumo do tabaco. Fumar é a maior causa de enfisema, uma doença pulmonar debilitante que destrói lentamente a possibilidade de se respirar normalmente.
Fumar é especialmente prejudicial para pessoas com doença cardíaca, dos vasos sanguíneos, diabetes e tensão arterial alta.
Fumadores e pessoas que convivem diariamente com o fumo do tabaco têm duas vezes mais possibilidades de contrair uma doença cardíaca fatal. Fumar também aumenta o risco de enfarte. Mulheres, especialmente as que têm mais de 35 anos, que tomam anticoncepcionais orais e fumam têm um risco aumentado de vir a sofrer um enfarte ou complicações cardíacas. Aumento da tensão arterial é outro problema que o cigarro pode provocar.
Os fumadores e aqueles que convivem com os seus cigarros têm duas a três vezes mais possibilidades de sofrer de úlceras e de perturbações do sono. Além disso, ficam mais sujeitos a sofrer de gripes e outras doenças respiratórias.
O fumo do tabaco é perigoso para aqueles que não fumam. O chamado fumador passivo corre os mesmos riscos de um fumador activo, já que, se estiver exposto durante uma hora ao fumo de cigarro, o seu organismo padece dos mesmos efeitos do que quem fuma dez ou mais cigarros por dia. Um estudo demonstrou que a taxa de cancro de pulmão entre mulheres não fumadoras dependia de quantos cigarros os seus maridos fumavam.
Fumar afecta mulheres grávidas e os seus filhos que ainda não nasceram. Crianças nascidas de mães fumadoras têm menor peso ao nascer do que a média e têm infecções respiratórias com mais frequência, um maior risco de infecção do ouvido e asma e uma menor eficiência pulmonar. Pesquisas recentes sugerem como possível existir uma relação entre mães fumadoras e crianças com défice de atenção (hiperactividade).
Quantos mais cigarros uma pessoa fuma, maiores são as suas possibilidades de adoecer. Substituir os cigarros por cachimbo ou charuto não diminui o risco de doenças. Fumadores de charuto ou cachimbo estão tão sujeitos a desenvolver doenças associadas ao tabagismo quanto daqueles que fumam cigarros. Quando um fumador pára de fumar, muitos desses riscos diminuem.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Produto final - brochura informativa

Apresentação Final!

Pois é, caros leitores, o projecto que o grupo foi desenvolvendo ao longo do tempo é apresentado hoje ao nosso público alvo: professores.

Esperamos que tudo corra bem e que a palestra seja bem sucedida. Estamos ansiosas!

16h30 - Documentário. Palestra com Drª. Prof.ª. Ana Rodrigues. 

na ESFMP.





terça-feira, 25 de maio de 2010

Hiperactividade é a perturbação mais diagnosticada

A hiperactividade com défice de atenção nas crianças e a depressão nos adolescentes são as perturbações pedopsiquiátricas mais diagnosticadas em Portugal, onde "não há números fiáveis", porque os diagnósticos são "muito complexos", revelou hoje à Lusa um especialista.

No grupo das crianças, até aos 12 anos, a hiperactividade com défice de atenção é a perturbação pedopsiquiátrica "mais diagnosticada e aparece muitíssimo", disse o presidente da Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e Adolescência (APPIA), Augusto Carreira.
"A partir dos três anos e até aos 11, 12 anos, a hiperatividade com défice de atenção é o grande problema", sublinhou o pedopsiquiatra, que falava à Lusa a propósito do 21.º Encontro Nacional de Psiquiatria da Infância e Adolescência, que decorre entre quarta e sexta feira em Beja.
Na adolescência, entre os 12 e os 18 anos, "os diagnósticos psiquiátricos aproximam-se mais dos adultos e já começa a aparecer a depressão", a perturbação pedopsiquiátrica "mais frequente".
Segundo Augusto Carreira, em Portugal "não há números concretos e fiáveis nem estatísticas" sobre as perturbações pedopsiquiátricas que mais afectam crianças e adolescentes, porque os diagnósticos "são muito complexos".
"Não é fácil fazer diagnósticos de perturbações psiquiátricas na infância e na adolescência, porque não são estáticos", já que "as crianças e os adolescentes estão em evolução", explicou.
"Há um natural desenvolvimento psicológico que altera os diagnósticos feitos a determinada altura" e, por isso, "não há muito o hábito de fazer diagnósticos em Portugal e na Europa", sublinhou.
No caso das crianças em idade escolar, a escola, "mais do que a própria família, é o primeiro grande filtro de perturbações", disse.
"No geral, é a escola que serve de alerta, porque é lá que os professores se apercebem de que as crianças não aprendem, têm dificuldades de leitura e de escrita ou não conseguem estar concentradas", explicou.
"Se falarmos de crianças em idade pré-escolar, são as educadoras de infância que estão cada vez mais atentas para este tipo de problemas, ou os próprios pais que servem de alerta", disse.
Segundo Augusto Carreira, "os adolescentes de hoje não são mais doentes do que os de há uns anos, mas hoje há um olhar diferente e mais possibilidades de fazer diagnósticos".
"Houve uma mudança nos hábitos dos adolescentes que talvez tenha introduzido uma ligeira alteração nas queixas apresentadas", ou seja, "hoje em dia é muito mais frequente os pais procurarem profissionais de saúde mental porque os adolescentes têm problemas sérios de comportamento".
Em Portugal, a pedopsiquiatria "tem sido o parente pobre da psiquiatria" e "não tem tido a atenção dos responsáveis" pela Saúde Mental, sobretudo devido à "resistência social em aceitar que as crianças possam ter perturbações e doenças psiquiátricas".
"Normalmente, confundem-se as perturbações psiquiátricas com questões de desenvolvimento, de educação, que vão passar", explicou.
A pedopsiquiatria, frisou, "tem recebido recursos muito diminutos" quando comparados, por exemplo, com a toxicodependência, que "tem absorvido o grosso dos recursos financeiros e humanos da psiquiatria" em Portugal.
A depressão, as perturbações afectivas, co-morbilidades na perturbação de hiperactividade e défice de atenção na infância e adolescência e parassuicídio são os temas em debate no encontro, que inclui ainda comunicações livres e workshops.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Convites

Como já foi referido num post anterior, o nosso grupo anda em 'campanha' para a nossa apresentação final. Convidámos então todos os professores da nossa escola para assistirem à palestra.

Segue o convite elaborado por nós:

(clique na imagem para melhor visualização)

Cartazes Promocionais

O nosso grupo está a menos de uma semana de ter a sua apresentação final! Constará de uma palestra com Profª Drª Ana Rodrigues, docente na FMH e técnica especialista em PHDA do CADin, e também com um breve documentário criado pelo grupo para apresentar o tema. Para promoção da apresentação, elaborámos cartazes apelativos ao tema para sensibilização e não só.

(Clique na imagem para melhor visualização)